ANPD agora é Agência: o que muda na fiscalização da LGPD
- Mainsafe
- 28 de set.
- 3 min de leitura

A transformação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) em Agência Nacional de Proteção de Dados marca um novo capítulo para a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. Se nos últimos anos muitas empresas trataram a conformidade como um projeto secundário, a partir de 2026 o cenário muda: a fiscalização será mais intensa, estruturada e abrangente.
Mas afinal, o que significa a ANPD virar Agência? E como isso afeta diretamente a sua empresa?
O que mudou com a transformação em Agência
Com a Medida Provisória nº 1.317/2025, a ANPD deixou de ser uma autarquia vinculada à Presidência da República e passou a atuar como Agência Reguladora independente.
Essa mudança garante:
Autonomia técnica, administrativa e financeira: a Agência passa a ter orçamento próprio e mais liberdade para definir suas prioridades de atuação.
Carreira própria de especialistas em regulação de proteção de dados: novos cargos e concursos públicos vão ampliar o quadro de profissionais dedicados exclusivamente à fiscalização da LGPD.
Maior peso institucional: assim como outras agências reguladoras (Anatel, Aneel, ANS), a nova ANPD ganha mais força política para editar normas e fiscalizar setores estratégicos.
Na prática, isso significa mais independência e mais recursos para agir de forma efetiva contra empresas que não estejam em conformidade com a LGPD.
Impactos diretos na fiscalização da LGPD
A nova estrutura da Agência traz reflexos imediatos para o mercado:
Aumento da capacidade de fiscalização
Com mais profissionais e orçamento, a Agência poderá intensificar auditorias, fiscalizações e análises de incidentes de dados.
Agilidade na aplicação de multas
Processos administrativos tendem a ser concluídos com mais rapidez, reduzindo a sensação de impunidade que ainda existe em muitos setores.
Produção de mais guias e regulamentações
Nos últimos anos, a ANPD publicou guias sobre segurança da informação, atuação do encarregado e tratamento de dados por pequenos negócios. Agora, com a estrutura de Agência, espera-se a publicação de novos regulamentos e orientações obrigatórias.
Foco em setores sensíveis
Saúde, telecomunicações, financeiro, educação e varejo digital devem estar entre os primeiros alvos da fiscalização. Empresas que tratam dados de crianças e adolescentes estarão sob monitoramento especial, em razão do ECA Digital.
O que as empresas devem esperar a partir de 2026
O ano de 2026 será decisivo para a LGPD no Brasil. Com a ANPD estruturada como Agência, é provável que ocorram:
Fiscalizações temáticas: operações voltadas a setores específicos ou a problemas recorrentes, como segurança da informação ou incidentes de vazamento.
Integração com outros órgãos: a ANPD poderá atuar de forma conjunta com Procon, Ministério Público, Senacon e órgãos setoriais, ampliando o alcance das sanções.
Ampliação do escopo para pequenas e médias empresas: embora existam resoluções simplificadas para agentes de pequeno porte, a tendência é que mesmo esses negócios precisem comprovar boas práticas mínimas de segurança e privacidade.
Ou seja, mesmo empresas que até agora não viam risco de fiscalização devem começar a se preparar.
Como sua empresa pode se preparar
Diante desse novo cenário, a preparação deve ser estratégica. Algumas ações essenciais:
Atualizar ou criar o RoPA (Registro das Operações de Tratamento de Dados Pessoais)
É a principal evidência solicitada em fiscalizações e precisa estar completo e atualizado.
Nomear o Encarregado (DPO)
A indicação é obrigatória para a maioria das empresas. Além disso, a ANPD já publicou regulamento específico detalhando as funções do encarregado.
Treinar colaboradores
Funcionários precisam estar prontos para lidar com solicitações de titulares, incidentes e auditorias. Sem treinamento, a conformidade não se sustenta.
Conheça no curso LGPD para colaboradores prepare sua equipe para atender às exigências da Agência.
Investir em software de apoio
Ferramentas como o DPONOTE permitem centralizar evidências, auditorias, solicitações de titulares e relatórios de conformidade. Na prática, são diferenciais em fiscalizações.
Buscar consultoria especializada
A complexidade da LGPD exige orientação de profissionais experientes, capazes de mapear riscos, implementar processos e preparar relatórios que atendam aos requisitos da Agência.
Conclusão
A transformação da ANPD em Agência não é apenas uma mudança de nome. É um sinal claro de que o Brasil entrou em uma nova fase na aplicação da LGPD.
Empresas que deixaram a adequação em segundo plano agora precisam agir rapidamente, sob risco de sofrer multas, sanções e danos à reputação.
O momento de se preparar é agora em 2025, antes que a fiscalização seja intensificada a partir de 2026.
Como a MainSafe pode ajudar
Consultoria especializada em LGPD: conduzimos todo o processo de adequação com metodologia própria e experiência prática.
DPONOTE – Software de Gestão em LGPD e ISO: centralize seu RoPA, auditorias e evidências em uma única plataforma.
DPONOTE Academy – Cursos de LGPD e Trilha DPO EXIN: forme e capacite DPOs e colaboradores para atender às exigências da Agência.